Onde eu nasci, viajar para fora do meu estado já era algo incomum; agora, viajar para fora do país era algo reservado apenas para pessoas que, segundo meu pai, eram chamadas de “Doutores”, que tinham uma certa condição financeira. “Dinheiro sobrando”.
Médicos, advogados e pessoas educadas podiam viajar, afinal, ter dinheiro e tempo sempre foi algo que nunca tivemos em excesso.
Pai, você vai vim junto comigo
Mas eu simplesmente ignorava sua sugestão e pensava cada vez mais na possibilidade de, algum dia, ter dinheiro para conhecer alguns países e, de quebra, realizar o seu sonho dele, de pisar em um avião.
Eu nunca fui bom na escola; era o tipo de aluno de escola pública que sentava no fundo, conversava pouco e passava o dia todo navegando na internet.
Mas quando as aulas de Geografia começavam, rapidamente pegava minhas coisas e me sentava na frente para ficar mais perto e ouvir o que a professora tinha para falar.
Eu pegava os livros, e adorava as imagens, como se estivesse lá, vivendo o momento em que a fotografia foi tirada.
Superada essa fase da adolescência, acabei seguindo o mesmo caminho do meu pai. Nunca tive dinheiro e tempo para viajar.
O poder da visualização, pratique todos os dias
Quando completei 20 anos, comprei um quadro com o mapa-múndi. Todos os dias, ao acordar, olhava para ele e as lembranças da época das aulas de geografia voltavam.
“Olha o tamanho da Rússia! E neve, neva todo ano! Para quem nasceu entre as linhas de Capricórnio, aquilo era um sonho.”
“Tailândia e sua diversidade cultural, desde praias paradisíacas até uma multidão de pessoas andando por Bangkok.”
“O Japão me remete a o filme “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio”, onde eu pegava aquele Mitsubishi Lancer e ia dar uns rolês em Shibuya.”
Hoje, com 25 anos, essas lembranças vieram à mente. Tenho certeza de que não há investimento melhor do que investir em si mesmo. Se você passa a vida toda em um quadrado azul, só vai enxergar o azul.
Agora, quando você transita por diversos quadrados de outras cores, começa a ver como a vida realmente é. Cada cultura tem seu modo de agir, e você meio que é moldado a pensar fora da caixa.
O meu sonho está apenas começando, e o seu?
E é por isso que estou escrevendo este texto. Acredito que antes dos 30 anos vou ter conhecido mais de 50 países. Vou fazer uma lista e talvez poste em outra publicação desse blog.
Há um site chamado “Nomad List” que recomendo muito para quem não sabe para onde ir.
Minha mensagem final para aqueles que também têm esse sonho: comprem um quadro mapa-múndi, marquem os países que desejam visitar e visualizem como se já estivessem lá.
Quem sabe não se encontramos em uma excursão pelas pirâmides do Egito?
